Histórico da paçocagem

Tudo começa no ano de 2005, uma criança de 11 anos parecendo uma bolinha, mas nada fora do normal em crianças dessa idade. Por alguns motivos, iniciei um tratamento com medicamentos anti-depressivos e o resultado foi uma perda de cerca de 15 kg em 2 meses. Me mantive estável durante todo o ano de 2006, tendo problemas só no ano de 2007, quando me mudei de cidade e não parei de comprar sorvete um minuto sequer. O resultado: PAÇOCA. Não só engordei muito, como adquiri uma gordura localizada terrível e já apresentava compulsão alimentar e sintomas de depressão. Entre 2008 e 2009 voltei com o tratamento (que na primeira vez não foi eficaz contra o que deveria ter sido) e emagreci novamente, mas dessa vez com acompanhamento de nutricionista pra fazer a reeducação alimentar e não ter problemas com efeito sanfona novamente. Resultado? PAÇOCA. Não fiz a reeducação e sempre tive em mente que um dia engordaria tudo de novo, já que emagrecer com medicamento é a maior fria. Consegui manter o peso até o início de 2012, estava completamente feliz, auto-estima recuperada, pronta pra construir minha vida, me mudei de cidade e iniciei minha graduação. A compulsão (que estava adormecida) voltou com tudo, eu comia até passar mal e depois chorava por ter feito aquilo, me sentia um ser repugnante e isso só piorou durante o ano todo, estava acabando comigo. Tentei me reeducar sozinha durante 1 ano, mas foi impossível. Qualquer pensamento compulsivo era maior que a vontade de mudar. Comia por tristeza, por alegria, com fome, sem fome, coisa boa, coisa ruim..E o resultado: PAÇOCA! 20 kg a mais na pochete e o pior sentimento do mundo, os piores pensamentos, muito sofrimento. É muito doloroso estar em constante guerra com o pensamento, não ter controle psicológico. Passei a odiar tudo e todos, e eu não queria isso, me incomodava muito não gostar de ninguém. Iniciei um tratamento específico com acompanhamento psiquiátrico e psicológico e vocês poderão acompanhar minha evolução. OBJETIVO: PERDER 20 KG E NÃO ENCONTRÁ-LOS NUNCA MAIS.

Porque eu estou escrevendo isso? Porque sei que existem pessoas passando pela mesma situação e em um futuro distante (ou não) a minha história pode ajudar, pode ser inspiração, pode ser piada, só quero que alguém se sinta compreendido como eu senti a necessidade de ser.